Perfil do catequista
Perfil do catequista a partir do Diretório Geral para a Catequese
A formação tende a fazer do catequista um «educador do homem e da vida do homem».
Para elaborar o perfil do catequista é importante termos presente as três dimensões da sua formação: o ser, o saber, o saber fazer.
A mais profunda se refere ao próprio ser do catequista, à sua dimensão humana e cristã. A formação, de fato, deve ajudá-lo a amadurecer, antes de mais nada, como pessoa, como crente e como apóstolo. Depois, há o que o catequista deve saber para cumprir bem a sua tarefa. Esta dimensão, permeada pela dúplice fidelidade à mensagem e ao homem, requer que o catequistas conheça adequadamente a mensagem que transmite e, ao mesmo tempo, o destinatário que a recebe, além do contexto social em que vive. Enfim, há a dimensão do saber fazer, já que a catequese é um ato de comunicação.
Maturidade humana, cristã e apostólica dos catequistas
Com base numa inicial maturidade humana, o exercício da catequese, constantemente reconsiderado e avaliado, possibilitará o crescimento do catequista no equilíbrio afetivo, no senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo, no espírito construtivo e no trabalho de grupo. Tratar-se-á, antes de mais nada, de fazê-lo crescer no respeito e no amor para com os catecúmenos e catequizandos: «E de que gênero é essa afeição? Muito maior do que aquela que pode ter um pedagogo, é a afeição de um pai, e mais ainda, a de uma mãe. É uma afeição assim que o Senhor espera de cada pregador do Evangelho e de cada edificador da Igreja».
A formação, ao mesmo tempo, estará atenta a que o exercício da catequese alimente e nutra a fé do catequista, fazendo-o crescer como crente. Por isso, a verdadeira formação alimenta, sobretudo, a espiritualidade do próprio catequista, de maneira que a sua ação nasça, na verdade, do testemunho de sua própria vida.
Todo tema catequético que transmite deve alimentar, em primeiro lugar, a fé do próprio catequista. Na verdade, catequizam os demais, catequizandoprimeiramente a si mesmos. A formação, além disso, alimentará constantemente, a consciência apostólica do catequista, o seu senso de evangelizador. Por isso, ele deve conhecer e viver o projeto de evangelização concreto da própria Igreja diocesana e o de sua paróquia, para sintonizar-se com a consciência que a Igreja particular tem da própria missão. O melhor modo de alimentar esta consciência apostólica é o de identificar-se com a figura de Jesus Cristo, mestre e formador dos discípulos, procurando tornar próprio o zelo pelo Reino, que Jesus manifestou. A partir do exercício da catequese, a vocação apostólica do catequista, nutrida por uma formação permanente, irá progressivamente amadurecendo.
A formação bíblico-teológica do catequista
Além de ser testemunha, o catequista deve ser mestre que ensina a fé. Uma formação bíblico-teológica lhe fornecerá um conhecimento orgânico da mensagem cristã articulada a partir do mistério central da fé, que é Jesus Cristo. O conteúdo desta formação doutrinal é exigido pelas diversas partes que compõem todo projeto orgânico de catequese: – as três grandes etapas da história da salvação: Antigo Testamento, vida de Jesus Cristo e história da Igreja; – os grandes núcleos da mensagem cristã; Símbolo, liturgia, vida moral e oração. No seu próprio nível de ensino teológico, o conteúdo doutrinal da formação de um catequista é o mesmo daquele que a catequese deve transmitir. Por sua vez, «a Sagrada Escritura deverá ser como a alma desta formação». O Catecismo da Igreja Católica será o ponto de referência doutrinal fundamental, juntamente com os Catecismos da própria Igreja particular ou local. 241.
Esta formação bíblico-teológica deverá possuir algumas qualidades:
a) Em primeiro lugar, é necessário que seja uma formação de caráter sintético, que corresponda ao anúncio que se deve transmitir, e na qual os diferentes elementos da fé cristã apareçam, bem estruturados e consoantes entre si, numa visão orgânica, que respeite a «hierarquia das verdades».
b) Esta síntese de fé deve ser tal, que ajude o catequista a amadurecer na própria fé e, ao mesmo tempo, o torne apto a dar razão da esperança presente no tempo de missão. «A formação doutrinal dos fiéis leigos mostra-se hoje cada vez mais urgente, não só pelo natural dinamismo de aprofundar a sua fé, mas também pela exigência de «racionalizar a esperança» que está dentro deles, perante o mundo e os seus problemas graves e complexos ».
c) Deve ser uma formação teológica muito próxima da experiência humana, capaz de correlacionar os diferentes aspectos da mensagem cristã com a vida concreta dos homens, «seja para inspirá-la que para julgá-la à luz do Evangelho». Embora sendo ensinamento teológico, deve adotar, de algum modo, um estilo catequético.
d) Finalmente, deve ser de tal maneira que o catequista «se torne não apenas capaz de expor com exatidão a mensagem evangélica, mas que saiba também suscitar a recepção ativa desta mesma mensagem, por parte dos catequizandos, e que saiba distinguir, no itinerário espiritual dos mesmos, aquilo que é conforme à fé».
As ciências humanas na formação do catequista
O catequista adquire o conhecimento do homem e da realidade em que vive, também através das ciências humanas, que, nos nossos dias, alcançaram um grau de extraordinário desenvolvimento. «Na pastoral sejam suficientemente conhecidos e usados não somente os princípios teológicos, mas também as descobertas das ciências profanas, sobretudo da psicologia e da sociologia, de tal modo que também os fiéis sejam encaminhados a uma vida de fé mais pura e amadurecida». É necessário que o catequista entre em contato, pelo menos, com alguns elementos fundamentais da psicologia: os dinamismos psicológicos que movem o homem; a estrutura da personalidade; as necessidades e aspirações mais profundas do coração humano; a psicologia evolutiva e as etapas do ciclo vital humano; a psicologia religiosa e as experiências que abrem o homem ao mistério do sagrado. As ciências sociais procuram o conhecimento do contexto sociocultural em que o homem vive e pelo qual é fortemente influenciado.
O PERFIL DO CATEQUISTA
1. O Catequista é uma pessoa de oração.
2. Que sente e quer ser discípulo de Jesus Cristo.
3. Que tem em Jesus Cristo a fonte da sua alegria.
4. Sempre atento capaz de dar resposta aos desafios que Deus lhe faz.
5. O Catequista é Eclesialmente formado
6. Consciente de que necessita, cada vez mais, de crescer na fé, até atingir a mais, de crescer na fé, até atingir amaturidade.
7. Convicto daquilo que anuncia.
8. Consciente de que Deus é a força que o sustenta.
9. Amante da Igreja, comunitariamente envolvido, preocupado, inquieto, promotor da comunhão…
10. O Catequista sente como uma urgência o anúncio de Jesus.
11. Presta atenção a cada um dos catequizandos conhecendo cada qual pelo seu nome e olhando-o com carinho.
12. Sente-se enviado pela Igreja.
13. Comunica a mensagem sobretudo com o testemunho de vida.
14. Está familiarizado com a Escritura,saboreando a palavra da Vida.
15. Sabe rezar e levar os outros a rezar.
16. Prepara bem as pessoas para os Sacramentos de iniciação cristã.
17. Está em formação permanente.
18. É sensível aos sinais dos tempos.é sensível aos sinais dos tempos.
19. Dá importância às actividades, realizando uma catequese activa com propostas diversificadas.
20. ...
Enfim, o catequista é uma pessoa que busca sua auto-formação e procura atualizar-se. É capaz de construir comunhão, tecer novas relações ao estar atento aos gestos que alimentam relacionamentos positivos. A comunicação, o diálogo, a comunhão são elementos essenciais na trajetória do catequista discípulo missionário, capazes de garantir o trabalho em equipe de uma forma participativa.
Ao elencar estes aspectos que configuram o perfil do catequista, é importante o empenho e dedicação do catequista, afinal, é um processo que desenvolve-se durante toda a vida. No entanto, torna-se viável se houver investimento e co-responsabilidade das comunidades, das paróquias e dioceses na formação dos seus agentes, principalmente, dos catequistas que na gratuidade do SER colocam-se a serviço da Palavra e testemunham com a vida a presença do Ressuscitado.
Cfr. DGC 233-245
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